quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Notícias Para Reflectir

“TERRAMOTO E OCUPAÇÃO “
A atitude do gigante imperialista vizinho do Haiti é coerente com a sua história. Mas o significado da ocupação militar, a pretexto da tragédia, extravasa as fronteiras daquele martirizado país. Integra-se no cerco militar que os EUA estão a montar à Venezuela e a Cuba, com as novas bases militares na Colômbia, as provocações aéreas a partir da colónia holandesa de Curaçao, o reforço militar no Panamá, a recente inclusão de Cuba na lista de “países promotores do terrorismo”. É cada vez mais evidente a opção dos EUA por uma solução militar de largo espectro para a profundíssima crise em que estão atolados. Do Afeganistão e Paquistão, do Iémen à América Latina, quem conseguir descobrir diferenças entre Obama e Bush que avise.
(Jorge Cadima, Avante!, 21jan10)

OS ABUTRES

“Hoje, ao pedir ao Instituto de Gestão do Crédito Público que se desfizesse em promessas para acalmar as agências (de rating), o ministro (Teixeira dos Santos) tornou de novo público esse seu pavor. Ao fazê-lo mostrou uma vez mais que, por muitas crises financeiras que haja, há princípios no capitalismo global que não se alteram. Quando em causa estão países como a Grécia, Portugal ou a Hungria, o diktat de meia dúzia de burocratas da Standard and Poor’s, da Fitch ou da Moody’s vale mais do que qualquer programa político democraticamente sufragado. Tendo este poder, as agências conseguem outra façanha mais perturbadora: a de limitar a soberania nacional.”

(Manuel Carvalho, “Público” (da “Sonae”, do Belmiro de Azevedo), em “Os abutres andam por aí”, 16jan10
Comentário: e quem é que nos colocou nesta situação, nas mãos desses abutres?


IN MEMORIAM DE JYOTI BASU


“Dezenas de milhares de indianos participaram no funeral de Jyoti Basu, em Calcutá, que falecera a 17 do corrente. Tinha 95 anos. O corpo do mais respeitado líder comunista da Índia, esteve em câmara ardente na sede do seu partido, o Partido Comunista da Índia (Marxista) e ainda no Parlamento de Bengala – estado que chefiou de 1977 a 2000. Foi coberto pela bandeira nacional.“
(Lido nos jornais, “DN”, em 20 jan 2010)

E já agora pedimos-te um breve balanço desta visita…
” Em primeiro lugar, uma reconfirmação e uma afirmação do relacionamento solidário entre os dois partidos. Fomos recebidos pelo secretários-gerais dos dois partidos, por Ardhendu B. Bardhan, do PCI, e por Prakash Karath, do PCI(M). Em Calcutá, fomos recebidos, para além do presidente da Câmara, pela figura mais proeminente do Partido Comunista da Índia (Marxista) – e da própria sociedade indiana – o histórico dirigente Jyoti Basu, que ficou profundamente emocionado com a visita da delegação do Partido Comunista Português. Nesses encontros com as direcções de ambos os partidos foi possível verificar essa identificação de pontos de vista, haver uma troca importante de informações sobre a situação dos dois países, particularmente em termos da posição geoestratégica que hoje a Índia ocupa.
Os camaradas mostraram-se profundamente preocupados com a visão dos Estados Unidos que, mantendo o controlo e influência no Paquistão, estão a ver que a Índia pode ser um país onde os seus interesses político-militares e económicos venham a ser mais bem defendidos. Ou seja, manter o selim no Paquistão mas pensando montar o cavalo na Índia. Com dois objectivos, creio. O primeiro tentar neutralizar papel do Estado indiano no movimento dos Não-Alinhados; o segundo usar a Índia como um muro, como um obstáculo em relação à própria China. Não apenas no plano das relações bilaterais como no plano económico. Há esta preocupação, tendo em conta já a cooperação a nível militar, nuclear, económica, existente entre os Estados Unidos e a Índia. Há entretanto uma grande resistência a esta influência e ingerência. Quando dos exercícios militares em Bengala Ocidental, houve uma grande manifestação de protesto de duzentas mil pessoas que se concentraram junto ao local dos exercícios.”

(Entrevista ao Secretário-Geral do PCP, Jerónimo de Sousa, quando da sua visita à Índia, publicada no “Avante” nº1714, de 4out06)


HISTÓRIA

“Quando foi assassinado, na tortura, a 23 de Janeiro de 1950, o comunista José Moreira tinha a responsabilidade pela ligação com as tipografias clandestinas do Partido. (..) José Moreira defendeu o seu mais precioso segredo e, com ele, o seu Partido e nada disse. Foi torturado até à morte. Tinha 38 anos.”
(“Avante!”, 21jan10)



domingo, 17 de janeiro de 2010

A NÃO PERDER NO TEATRO MUNICIPAL DE ALMADA




No teatro, “A MÃE” (Die Mutter) (1931), de Bertold Brecht, estreada em Berlim em 1932, e em 1951 finalmente dirigida pelo autor (que tinha regressado a Berlim em 1949, depois do exílio a que o nazismo o forçou), trabalhando com a Berliner Ensemble. Peça baseada no famoso romance homónimo, de Máximo Gorki (de 1906). A encenação é de Joaquim Benite. O principal papel desempenhado pela grande actriz Teresa Gafeira.
E, em reposição, outra das obras-primas da Companhia de Teatro de Almada, o espectáculo “Canções de Brecht”, que fora estreado em 2008, no Festival Internacional de Teatro de Almada, com grande sucesso. Com canto de Luís Madureira e Teresa Gafeira, e Jeff Cohen (ou Francisco Sassetti) no piano.
Dois grandes espectáculos a não perder!

Atenção que é só até ao final de Janeiro.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

CULTURA NÃO FAZ MAL E POLÍTICA TAMBÉM NÃO… – 03JAN10

NOTÍCIAS PARA REFLECTIR

1-“A República Popular da China inaugurou a linha de transporte de passageiros mais rápida do mundo. 1069 Km abertos à circulação no sábado, 26, ligam as capitais das províncias de Hubei e Cantão, demoraram apenas quatro anos a serem construídos e reduzem em sete horas o tempo de viagem. (..) O comboio pode atingir 394,2 km/h, é o mais rápido do mundo em actividade. (..)”
“Avante!”, 30dez09

2-“Isto é, a administração Bush, para além de não ter significado qualquer mudança de fundo ou viragem na política externa norte-americana, procura preservar, a todo o custo, designadamente utilizando o seu poderio militar, o papel de potência hegemónica que os EUA continuam, todavia, a representar no sistema capitalista mundial”
Pedro Guerreiro, ”2010…, a luta pela Paz!”, “Avante!”, 30dez09

3-“Uma coisa é certa: de 2001 até hoje, ou seja, entre o escândalo da Fundação para a Prevenção e Segurança (o tal que envolveu Armando Vara) e a falta de transparência do caso da Fundação para as Comunicações Móveis (a tal que envolve o computador Magalhães), a criação de fundações, em vez de abrandar acelerou.”
Editorial, “Público”, 28dez09

4-“Diz o lugar-comum, erradamente, que a esperança é a última a morrer. Para os trabalhadores e para o povo há outras coisas bem mais importantes do que a esperança: a determinação combativa, a convicção de que o futuro se constrói com as próprias mãos, a coragem e a unidade na luta. São elas, e não a esperança, a garantia de uma vida melhor.”
Filipe Diniz, “Há coisas mais importantes que a esperança”, “Avante!”, 30dez09

5-“Morreu a luta de classes, vivam as causas fracturantes. A partir do momento em que o programa económico da esquerda e da direita passou a ser igual, essas causas tornaram-se o factor de diferenciação entre os dois campos. Transferindo o debate da ideologia para as questões de civilização”
M.G. “público”, 31dez09
Comentário: todavia… “se o capitalismo não é reformável ele também não cairá de podre, pelo que só a sua erradicação pode evitar uma nova e mais violenta crise num futuro não muito longínquo. A luta de classes vai intensificar-se e grandes lutas se esboçam com a participação de milhões de trabalhadores. Mas a passagem à ofensiva da classe trabalhadora só será possível quando a luta de classes for conduzida nas suas três formas – teórica, política e económica – de forma coordenada e ligadas entre si.” (José Paulo Gascão, “JF”, 24dez09)
E a propósito: acabou de ser publicado o Livro Segundo Tomo V de “O Capital”.

6-“Quais as forças que promoveram e apoiaram Hitler e conseguiram desencadear um genocídio maciço? (..)
«Sem a acção conjunta dos industriais alemães e do Partido Nazi, Hitler nunca teria tomado o poder na Alemanha, nem o teria consolidado…» (Taylor, acusador público americano em Nuremberga, no dia 30 de Agosto de 1946) (..)
“É bem sintomático que, nos últimos dias do Reich fascista, não tenham sido destruídos os arquivos da Gestapo. Nem a correspondência de serviço de altos dignitários nazis. Nem sequer os documentos pessoais da cúpula hitleriana.
Mas que tenham sido destruídos, isso sim, os livros de contas do tesoureiro do NSDAP, Xaver Schwartz. Nos quais eram diariamente registados os “donativos” dos monopólios alemães. O próprio Schwartz esteve detido numa prisão americana, de 1945 a 1947. Mas as actas dos seus interrogatórios nunca foram publicadas. «Não foi convenientemente interrogado», escreve a “Wikipedia”…”
(António Vilarigues, “Memórias Históricas, “Público”)

MARCOS NA AVENIDA

1 de Janeiro de 1959

Triunfo da Revolução Cubana, com a partida do ditador Fulgêncio Batista, para o exílio nos EUA e a formação em 8 de Janeiro de um governo liderado pelos Revolucionários Cubanos, sob o comando de Fidel Castro. Durante o ano de 2010 comemora-se o 52º Aniversário da Revolução.
Nota: não deixar de ver a exposição sobre o fotógrafo cubano, Alberto Korda (Havana 1928 – 2001), na Cordoaria Nacional, em Lisboa

3 de Janeiro de 1960

“A evasão que fragilizou Salazar e devolveu a liderança ao PCP.
Forte de Peniche. Era dada como impossível uma fuga que, afinal, libertou dez comunistas. (..)
Pelas 16.00, no largo frente à prisão, o actor Rogério Paulo deu o sinal de início (..)
A fuga não foi noticiada e só se tornou do conhecimento nacional com o passar de muitas semanas. A excepção foi o órgão oficial do PCP, o “Avante!”, que na edição de 16 de Janeiro titula bem grande: «O nosso povo saúda a libertação de Álvaro Cunhal e dos seus companheiros». (..)
Em 1961 (Álvaro Cunhal) é eleito (na reunião do CC de Março de 1961) secretário-geral”
(João Céu e Silva, “DN”, 3jan10)
Nota: O PCP organizou em Peniche, no dia 3 do corrente, uma sessão comemorativa do 50º Aniversário da Fuga de Peniche, com a presença do secretário-geral, Jerónimo de Sousa e dos camaradas participantes da Fuga, ainda vivos, Joaquim Gomes, Jaime Serra e Carlos Costa.

domingo, 3 de janeiro de 2010