sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Notícias Para Reflectir_11fev10

LIVROS DESTRUÍDOS

“Dezenas de milhares de livros da autoria de Jorge de Sena, Eugénio de Andrade, Eduardo Lourenço e Vasco Graça Moura, publicados com a chancela da ASA foram destruídos pelo grupo editorial Leya. (..) Segundo o editor (José Cruz dos Santos, da ASA), cerca de 90 por cento dos títulos disponíveis terão sido guilhotinados sem sequer terem sido consultados os autores. (..) um acto anti-cultural gravíssimo, considera (..) A Leya (do Miguel Pais do Amaral) poderia ter seguido a minha sugestão de oferecer os livros a escolas, bibliotecas, hospitais ou prisões”
(lido no “JN” e no “Avante!”, 11fev10)
Comentário: vendem livros como venderiam batatas. E como fazem tantas vezes aos simples bens alimentares, não interessa se alguém passa fome, também os bens culturais podem ser às vezes destruídos para satisfazer a especulação económica mais primária!

VINICIUS DE MORAIS

“Afastado da carreira diplomática em 1968 (durante a ditadura militar), o poeta terá promoção póstuma. (..) No caso de Vinícius, o motivo apontado (para a demissão) foi o seu comportamento boémio, que o impedia de cumprir as suas funções. (..) A expulsão de Vinícius foi mais um acto de arbítrio e violência da ditadura. Ele foi embaixador não só do Itamaraty, mas também da cultura brasileira. (..) Falecido em 1980, aos 67 anos, (..) em 2006 foi oficialmente reintegrado na carreira diplomática.”
(“Vinícius de Morais enfim promovido a embaixador”, “DN”, 11fev10)

AS COMEMORAÇÔES DO CENTENÁRIO DA REPÚBLICA

“Não se nega o papel, positivo ou negativo, de destacadas personalidades da República, do Partido Republicano e dos partidos que resultaram da sua divisão e de outras organizações de cariz republicano. A verdade porém é que quando, perante os problemas surgidos na concretização dos planos para derrube pela força da Monarquia, a elite republicana hesitava em avançar, foi a “arraia miúda”, a baixa oficialidade, soldados e marinheiros, trabalhadores das mais diversas condições, que empurraram a revolução para diante.”
(Albano Nunes, “A Revolução Republicana de 1910 – Um marco na libertação do povo português”, “Avante!”, 12fev10
Comentário: por favor, não deixar de ler o artigo na íntegra!
E a propósito, na tentativa de reescrita da história, alguns até já querem retirar o barrete frígio ao busto da República, porque lhes faz lembrar a musa inspiradora e os grandes princípios da Revolução Francesa - Liberdade, Igualdade e Fraternidade, de que eles não gostam (ver DN de 28jan10). Ou então, mudar o hino. E até a bandeira republicana é posta em causa – “Muitos republicanos admitem que a bandeira monárquica é mais bonita que a republicana e por uma simples razão: é verdade (..) Também a bandeira da Presidência, semelhante à da República mas apenas verde sem vermelho – é uma bandeira muito bonita” (Rui Tavares, deputado do paramento europeu eleito pelo BE, no “Público”, de 12ago09).
Pois é! Tudo menos o vermelho! (segundo eles)

AFEGANISTÃO

“Os números das Nações Unidas são, no entanto, ainda mais contundentes. Admitindo que desde a invasão e ocupação do país a produção de ópio não só não decresceu como, ainda, aumentou, a ONU estima em 92 por cento o total de ópio produzido no Afeganistão. No total diz a organização, o negócio movimenta mais de 65 milhões de dólares.”
(“Avante!”, 11fev10)

INTERNET

“ (..) Será seguro que o «Facebook» seja legalmente proprietário, com direitos de transmissão e venda de todos os dados dos seus utilizadores e que a maior rede social do mundo seja gerida por empresa privada acusada de ter ligações indirectas à CIA? (..) De facto a luta de classes expressa-se de muitas formas, até em megabytes.” (Ângelo Alves, “Avante!”, 11fev10)

CHILE

“Mais 35 anos depois do golpe que derrubou Salvador Allende, três membros do Partido Comunista do Chile (PCC) voltam ao parlamento. A prioridade é lutar contra a lei de exclusão, que está na base da ilegalização do partido, decretada recentemente. (..) O tempo, não é, porém, de grandes celebrações. É de luta: antes de mais contra a lei de exclusão, ao abrigo da qual o Supremo Tribunal Eleitoral do país determinou, no passado dia 29 de Janeiro, a suspensão do registo do PCC. (..) A chamada lei de exclusão é uma das mais pesadas heranças da ditadura fascista de Pinochet. (..) A verdade é que o Partido Comunista do Chile, a sua influência social, política, e eleitoral, e o seu prestígio, continuam a ser um engulho para a burguesia no país, que não hesita em arremeter contra ele leis e provocações”
(Avante!, 11fev10)

AS CALHANDRICES

“Por falar em calhandrice: não terá chegado o tempo do PS dar uma boa vassourada no Largo do Rato?”
(“As calhandrices”, Honório Novo, “JN”, 8fev10)