sexta-feira, 18 de junho de 2010

IN MEMORIAM - JOSÉ SARAMAGO


In Memoriam José Saramago (Azinhaga, 1922 – Lanzarote, 2010)

No desaparecimento de uma figura maior da nossa cidadania, como escritor, como cidadão empenhado nas grandes causas, não queremos deixar de prestar homenagem a esta figura, grande escritor universal, prémio Nobel da Literatura em 1998, cuja obra foi escrita em português e aliás é o primeiro, e lamentavelmente o único, escritor desta língua a receber tal galardão.

Quem teve o privilégio de ler algumas das suas mais famosas obras – “Levantado do Chão”, “Memorial do Convento”, “Ensaio Sobre a Cegueira”, entre muitas outras - não o esquecerá mais. Mas a sua coerência política ao longo de toda a vida, jamais abdicando dos seus ideais, como militante do PCP, e sempre presente, por todo o mundo, na primeira linha das grandes lutas em defesa dos explorados e dos perseguidos, suscita a nossa grande admiração.


Considerou-se a si próprio “um mero trabalhador das letras” e fê-lo até ao fim da vida, tentando escrever ainda mais um livro. E perante as grandes personalidades mediáticas não hesitou em afirmar que “o homem mais sábio que conheci em toda a minha vida não sabia ler nem escrever”, iniciando com esta frase o discurso pronunciado ao receber na Academia Sueca, em Estocolmo, em 7 de Dezembro de 1998, o Prémio Nobel.


À sua companheira, a jornalista Pilar del Rio, à restante família, ao Partido Comunista Português, enviamos daqui o nosso sentido pesar.

sábado, 5 de junho de 2010

IN MEMORIAM - ALMIRANTE ROSA COUTINHO


IN MEMORIAM - ALMIRANTE ROSA COUTINHO

(14 de Fevereiro de 1926, Celorico da Beira – 2 de Junho de 2010)

Mais uma grande figura da Revolução de Abril que desaparece. Fez parte da Junta de Salvação Nacional, escolhida pelo MFA, em 25 de Abril de 1974. Exerceu altos cargos durante o período revolucionário de 1974-75, nomeadamente no processo de descolonização, motivo porque suscitou ódios por parte da direita mais conservadora, que lhe não perdoa a coerência e importância nesse período maior da nossa História. Fez parte do Conselho da Revolução, do qual foi afastado após o golpe contra-revolucionário de 25 Novembro de 1975.

Durante anos e anos víamo-lo à janela daquele externato, na Avenida Almirante Reis, perto da Praça do Chile, durante a Manif do 1º de Maio, juntamente com o General Vasco Gonçalves e outros democratas, recebendo dos manifestantes sentidos aplausos e saudações que se prolongavam por toda a manifestação, a demonstrar o grande apreço que os trabalhadores e o povo português tinham por ele. Desaparecido aos 84 anos, é mais uma grande perda para a Democracia Portuguesa. No entanto os media foram parcos na notícia, o que não é de admirar, sabendo-se em que mãos continuam.