No desaparecimento de uma figura maior da nossa cidadania, como escritor, como cidadão empenhado nas grandes causas, não queremos deixar de prestar homenagem a esta figura, grande escritor universal, prémio Nobel da Literatura em 1998, cuja obra foi escrita em português e aliás é o primeiro, e lamentavelmente o único, escritor desta língua a receber tal galardão.
Quem teve o privilégio de ler algumas das suas mais famosas obras – “Levantado do Chão”, “Memorial do Convento”, “Ensaio Sobre a Cegueira”, entre muitas outras - não o esquecerá mais. Mas a sua coerência política ao longo de toda a vida, jamais abdicando dos seus ideais, como militante do PCP, e sempre presente, por todo o mundo, na primeira linha das grandes lutas em defesa dos explorados e dos perseguidos, suscita a nossa grande admiração.
Considerou-se a si próprio “um mero trabalhador das letras” e fê-lo até ao fim da vida, tentando escrever ainda mais um livro. E perante as grandes personalidades mediáticas não hesitou em afirmar que “o homem mais sábio que conheci em toda a minha vida não sabia ler nem escrever”, iniciando com esta frase o discurso pronunciado ao receber na Academia Sueca, em Estocolmo, em 7 de Dezembro de 1998, o Prémio Nobel.
À sua companheira, a jornalista Pilar del Rio, à restante família, ao Partido Comunista Português, enviamos daqui o nosso sentido pesar.